O calor intenso, inconsequente
Abrasador continua sua rotina inclemente
Estamos na primavera, devia estar mais ameno
Parece até punição pelo que andamos fazendo
A relva morta de sede, criação passando fome
Em parte é a natureza, mas muito é culpa do homem
O desrespeito geral, vem no colo da ganância
Empurrados pela força da ignorância
Que importa se haverá danos aos seres humanos
Não sou a palmatória do mundo
Faço ouvidos moucos a quem está reclamando
Vou tocando minha vida movida a puro egoísmo
Queimando, poluindo, envenenando
Danem-se o meio ambiente e o discurso de altruísmo
Enquanto assim persistir e o homem não tiver juízo
Só nos resta agarrar uma raiz na beirada do abismo…